quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Festa de casamento

Desta vez não resisti. Não consegui ficar mais do que uma hora. Dá mais não. Meu grau de desconexão com a sociedade atual está num nível que não me permite mais ser testemunha de alguns eventos. Festa de casamento. Casa de recepção. Banda de baile tocando músicas de 50 anos atrás, ou músicas mais novas, mas com os mesmos arranjos das músicas de 50 anos atrás. Não agüento mais ver pessoas fingindo que estão se divertindo. Porque se elas estão realmente vivendo bons momentos, são pessoas muito diferentes de mim. As roupas são o de menos. Acho ternos realmente elegantes. Mas a frescura. Bebida, só whisky e champagne, cerveja e demais drinks populares não pode. E o pior é que, na grande maioria das vezes, o noivo é um notório cachaceiro, muitas vezes forrozeiro, ou seja, tem valores e conceitos de festa e diversão bem opostos ao que, gastando os olhos da cara, ocorre nessas festas. Imposição da sociedade. Conclua uma faculdade depois case. Faça uma festa chique num lugar bacana e mostre todo seu amor para a sociedade, mesmo que semana passada o casal tenha brigado sobre a quantidade de brigadeiros e bem-casados a serem encomendado àquela doceira famosa.
E a felicidade dos noivos? È tão grande que soam falsas. A sociedade exige um casal feliz, se divertindo a beca com sua taça de champagne. Cadê o fotógrafo?, pergunta-me a noiva. Vamos registrar esse momento. É, se não tiver numa foto no orkut, não valeu. Foi um momento vivido em vão. Emoções não valem nada. Fotos no orkut sim, valem muito.
Às vezes os garçons servem camarão. Isso é bom. E um chopinho pra acompanhar? Não. Whisky ou champagne. Com metade do dinheiro far-se-ia uma festa mais animada, para mais gente, que duraria mais tempo e deixaria todo mundo igualmente satisfeito. Menos quem deve satisfação ao mundo.
Agora que já encaixei uma mesóclise, posso encerrar o post.

Showzinho massa de grátis!

Terça-feira passada, assisti a um belo espetáculo em Olinda. Foi o show do percursionista RAMIRO MUSOTTO e sua banda. Ramiro é um argentino que, devido ao seu interesse pelos ritmos afro-brasileiros, mora em Salvador. Fez uma apresentação excelente, onde ele e sua banda tocam percussão, misturada com música eletrônica. Os solos de berimbau de Ramiro foram simplesmente de cair o queixo.
Merece um parágrafo o evento MIMO – Mostra Internacional de Música de Olinda, que nos brinda com várias apresentações de música erudita – às vezes um erudito-pop, como no caso do argentino – nas igrejas e monumentos históricos da minha cidade predileta. É um evento bancado por empresas estatais – Petrobrás e BNDES, no caso -, como a maioria dos bons eventos, pelo menos daqui do nordeste. Para ser perfeito o ideal era que fosse bancado por alguma empresa provada, mas essas só têm a preocupação – infelizmente legitimada pela nossa legislação – de aumentar o lucro dos seus acionistas. É a mais-valia contra a cultura.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Google Analytics

Instalei o Google Analytics nesse blog. Tive três visitantes! Tô incrível. Segundo o Analytics, os três vieram do Blogger. Deve ser alguma coisa randômica, sei lá. Estou escrevendo basicamente para mim mesmo. As visitas surgirão naturalmente, devido à qualidade dos textos. Rumo ao estrelato na blogosfera.Mas esse post não será sobre meu fiasco de audiência, apesar de eu ter menos público do que o programa da Cicarelli na Band. O assunto aqui é essa mega corporação chamada Google. Pô. Ela merece todas as minhas reverências. É incrível. Uma emrpesa capitalista, americana, e eu a reverencio. Mas também, vejam só, a empresa começoçu com o google em si, o melhor e mais rápido buscador da face da Terra, aquele que acabou com todas as apostas do mundo, pois ninguém tem mais dúvida sobre nada, é só “jogar no google” que as respostam pipocam na nossa frente. Só fica a dúvida se a resposta obtida é correta é uma baboseira qualquer que um blogueiro qualquer escreveu, o que deve responder por noventa por cento das “informações” da internet.
Mas, além do buscador, a emprese nos brinda com a baboseira do Orkut, o Google Analytics, que é incrível, o Google Maps, que me diz até a melhor rota pra ir da minha casa pra casa do cara que vende a melhor massa da região, em Olinda, tem o Google Earth, com direito a vista da rua em New York, onde eu já caminhei do Central Park até o Restaurante do Seinfeld, e deve ter muito mais coisa que eu nem sei. E tudo isso que eu citei de graça! E ainda assim é uma das maiores empresas do mundo! É nessas horas que eu, mesmo sendo um suposto comunista, tenho que tirar o chapéu para eles. Aqueles mórmons caretas e egocêntricos sabem criar um ambiente onde criatividade e geração de dinheiro caminham lado a lado. Mas também, como já disse Jorge du Peixe “Quando se tem o jogo na mão é mais fácil...”. Afinal, eles ditam as regras.
Mas, anyway, o google é foda é merece minha admiração. E tomara que cada vez mais empresas me ofereçam serviços sem cobrar nada além de minha admiração. Quando é que a McDonald’s vai entrar nessa onda e distribuir Top Sundae de graça pra o pessoal daqui do terceiro mundo matar a larica?

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Olimpíadas - Brasil 0 x 3 Argentina

Se eu não sou feliz no futebol, é bom que ninguém seja! Estou mesquinho mesmo. Queria que todos os times de futebol do Brasil perdessem, para todo mundo estar sabendo como é amarga a dor da derrota. Esse tal de Dunga é muito fraco. Mas o que esperar da CBF? Ninguém sério aceitaria trabalhar lá. Um time com o meio-campo formado por Lucas, Hernanes, Anderson e Diego (os dois últimos eu contesto um pouco) não jogar bem é quase incrível. Técnico retranqueiro. Ainda bem que nessas olimpíadas eu só estou torcendo pelo vôlei. E as meninas do vôlei estão com tudo, rumo ao ouro!

Pra mim Ramires seria titular, junto com Lucas, Hernanes e o Gaúcho no meio-campo. No ataque Pato e qualquer outro. Mas o que eu mudaria radicalmente seria a postura. Seleção brasileira tem que jogar pra frente, mesmo que perca. È a identidade nacional. Não somos europeus, não somos argentinos. Dunga não respeitou nossa escola, não respeitou nossos valores.

Ainda bem que existe a Champions League.

E agora, Santa?

É iminente a queda do Santa à Série D. Não tive saco de analisar as combinações que podem nos levar à classificação, mas percebi que é bastante improvável – se não impossível mesmo – que o Salgueiro se classifique antecipadamente e possa nos dar uma forcinha na última rodada. Temos 6% de chance de subir, sim. Mas dependemos de nossas próprias forças, temos que ganhar os dois jogos na moral, na bola e, além disso, temos que fazer saldo de gols, ganhar de muito. Não dá pra botar fé.

E agora? Como ficamos? O que fazer? Devemos ser por volta de um milhão e meio de tricolores, estimo. O que será dessa gente? Na sua maioria gente humilde, que tem no futebol uma das poucas diversões na vida. O quanto nossa torcida encolherá? O Sport disputando Libertadores da América e o Santa minguando, definhando. Pra quem as crianças torcerão? Certamente não para um time perdedor. Por incrível que parece, por mais que eu seja contra as torcidas organizadas, tenho que admitir que a única coisa boa do Santa atualmente é a Inferno Coral. É uma torcida grande que, certamente, inspira jovens a participar, nem que seja pela maloqueiragem.

Li no Torcedor Coral uma sugestão de re-fundação do Santa. O clube atual decretaria falência – ou seja, colocaria nos termos da lei o que já está acontecendo – e seria fundado um novo clube, com novo CNPJ e até um novo nome (achei excelente a idéia de Santa Cruz Futebol e Cultura – tudo a ver). Esse novo clube nasceria limpo de dívidas. Devemos nos desfazer do Arruda também. O maior orgulho da torcida tricolor é um grande fardo pesado e dispendioso atualmente. É melhor nos desfazermos do que assistirmos ao seu desmoronamento, literalmente.

Acho que nós, tricolores, edvemos nos unir agora e criar um clube totalmente diferente. Que tal aproveitar a situação para transformarmos o Santa no primeiro clube totalmente democrático do país? Um clube onde a gestão seja exercida diretamente pelos sócios, com vários plebiscitos e assembléias, todos com direito a expressar sua opinião. Se formos realmente eliminados da Série C (o que certamente acontecerá), teremos aí quatro meses para “pensar o Santa”. Vamos tirar o clube das mãos dos crápulas incompetentes e entregá-lo ao torcedores apaixonados, sejam eles empresários ou empregados.

Icasa 1 x 0 Santa Cruz

“O inferno nem é tão longe...” – Nação Zumbi

Mal comecei a escrever sobre o Santa e isso já se tornou um tormento. Nesse domingo perdermos de novo para o Icasa e a situação está pretíssima. O jogo não foi televisionado por causa da incompetência do nosso presidente, portanto, tive que sofrer ouvindo pelo rádio. De acordo com a narração, o Santa começou bem, com umas três chances de gol logo no início. Depois o jogo ficou parelho e, como de costume, tomamos um gol.

Segundo o matemático – não sei o nome do sujeito, só sei que não é o Oswald de Souza, pois este não faz contas pra série C – temos 6% de chance de ainda nos classificarmos. Para permanecermos na Série C (permanecermos na Série C!?!? Em que ponto chegamos.) as chances devem ser um bocadinho maior. E não é que eu ainda tenho esperança? O Santa já proporcionou alguns milagres, é time grande, acho que todos gostariam que ele não disputasse uma famigerada Série D ano que vem. Temos que ganhar do Campinense no Arruda (será que vou pra esse jogo? Tá difícil) e torcer para que o Salgueiro se classifique antecipadamente, o que certamente faria com que o time do sertão nos desse uma certa ajuda e facilitasse uma vitória nossa no último jogo. Sem dúvida, a parte mais difícil é vencermos, já que faz um tempão que esse time não sabe o que é isso.

Pois é, ficamos assim nos agarrando às migalhas, para ainda continuarmos a viver.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Santa Cruz 0 x 1 Icasa

Estava demorando. Chegou a derrota dentro de casa. Desta vez não teve pênalti salvador no final do jogo. Desta vez Edmundo não fez nada além de colocar-se em impedimento, colocar as mãos nos quadris e reclamar dos companheiros. Desta vez o fundo do poço se mostrou bem perto. Estamos mais perto da série D do que da permanência na C. Com o elenco que temos, a coisa ta braba. Vai ser difícil reverter o quadro. Dependemos de pelo menos uma vitória fora de casa. Minha barba já está de molho. Estou descrente.

O jogo. O técnico escalou o time mais uma vez no 3-5-2, para desagrado de boa parte da torcida, que chamou-o de retranqueiro. Concordo que, em casa, devemos ser mais ofensivos, porém, com Juninho sem condições de jogo, ele não tinha muito o que fazer. Era isso ou isso mesmo. Meio-campo inoperante, alas pouco efetivos, time sem muitas oportunidades de gol. Simples assim. O Santa teve muito mais volume de jogo, especialmente no começo do segundo tempo, quando Bruno foi deslocado da lateral para o meio-campo. Cléo perdeu um gol que nos fará muita falta. O Icasa, que pouco fazia em campo, fez o que nós não fizemos. Um a zero pros visitantes. Time sem nenhum poder de reação. Crise instalada. Precipício à vista. É amarga a vida de um tricolor.